segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Proposta da Intervençao Pedagogica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – RFG
FACULDADE DE ARTES VISUAIS – FAV
DISCIPLINA ATELIÊS INTEGRADOS, ESTÁGIO SUPERVISIONADO E QUESTÕES MULTICULTURAIS
PROFESSORA: LETÍCIA CORTÊS
PROJETO DE INTERVENÇÃO ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO
“ARTE E SOLIDARIEDADE”
MARIA REGINA AMORIM

Introdução

Este projeto é uma tentativa de atuação artística pedagógica no lugar onde ocorre, o estágio. A pretensão é que o mesmo seja um instrumento que propicie o desenvolvimento de um olhar, que desenvolva capacidades aos educandos tais como: criatividade, espírito de equipe, autonomia na aquisição de conhecimento e até mesmo resolução de problemas, bem como momentos de socialização, descontração e resgate da auto-estima.
Apesar de serem jovens, crianças e pré-adolescentes que já carregam consigo aprendizagens traumáticas de vida e vários outros saberes, o projeto não se limita a esses aspectos.
Assim esses jovens têm em si recursos que terá de conhecer, ou terá ainda de adquirir processos através desses momentos de intervenção, onde a arte abstrata será o foco. Em primeiro lugar este ensino de arte será centrado nas questões de fruição, da reflexão e da produção. Será um meio para que esses indivíduos apresentem a sua visão de mundo, compreendendo que o homem sempre se expressou, com características próprias a sua interpretação de mundo.
A escolha dessa porta de intervenção, se deu a partir do momento que fiz a leitura da “Carta cidade educadora” onde mencionava uma preocupação com o ensino para as crianças, em que fiz uma produção artística intitulada “Portas abertas” que retratava crianças que ficavam dentro de uma tenda de circo sem cores, aguardando a quem poderiam ajudar.
O artista abordado foi Rauschemberg que trabalha com intervenção em suas obras, e já realizou happening, (que congrega elementos das artes visuais com outras artes como teatro, música, dança, etc.). Então procurei uma porta de estágio que pudesse atender e ajudar crianças. Encontrei o Condomínio Beija-Flor, a princípio será realizada uma oficina com a definição do que é a arte abstrata. Para tanto alguns artistas serão mencionados, como: Cláudio Tozzi, Juan Miró, Burle Marx, Henvi Matisse, cada um deles com suas particulares de emprego em suas composições tais como: cores, linhas, símbolos, figuras geométricas etc. No segundo momento haverá a produção. Esses educandos serão divididos em grupos, e farão suas produções com os materiais disponibilizados por mim. Essas oficinas serão essenciais para que a veracidade dos objetivos propostos sejam alcançados.
Como aluna da Universidade Federal espero apoiar e estimular essa reflexão, sabendo que o ensino de arte tornou-se um componente curricular obrigatório e reconhecido enquanto objeto de conhecimento pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, documento do Ministério da Educação, com a LDB de número 9.394 de 1996. Não se pode realizar uma intervenção que não esteja de acordo com os avanços nas novas teorias e tecnologias e fundamentos filosóficos, históricos e estéticos que norteiam a atual concepção de arte. Pois como arte educadora tenho um nome a ser reconhecido: a Universidade Federal de Goiás.
“O mais importante é que a educação seja capaz de criar condições que permitam a cada um ser cidadão/ã sério/ responsável e, sobretudo, feliz” (Morais, 2003. p. 126).

Objetivos Gerais
Promover o desenvolvimento de um olhar, sobre as produções do ser humano, por meio da consciência que possibilite uma leitura de mundo, em que os comportamentos são diversificados como os do domínio afetivo, valores, atitudes e interações, onde esses momentos de interferência ultrapassam as barreiras do trauma, promovendo momentos de descontração e gerem afinidades.

Específicos
· Conhecer alguns artistas abstracionistas;
· Apreciar a arte abstrata;
· Interpretar imagens da arte abstrata;
· Valorizar a importância da arte abstrata;
· Sentir-se estimulado pela arte abstrata;
· Desenvolver a técnica da arte abstrata;
· Expressar-se por meio da linguagem visual e de plástico em pintura e colagem;
· Reconhecer a importância de manipular e escolher materiais adaptados ao contexto da arte abstrata.

Justificativa

A partir do momento que se fez exigência em encontrar uma porta para o estágio supervisionado III, pensei como educanda da UFG em um lugar onde o ensino de arte pudesse contribuir de alguma forma com quem necessitasse. A partir do momento que a porta foi delimitada, houve a necessidade de fundamentos teóricos que endossassem a proposta de intervenção.
O lugar de atuação em Trindade, chama-se condomínio Beija-Flor um lugar onde abriga crianças, adolescentes, jovens, oriundos de lares desestruturados e que sofreram no corpo e na alma agressões, violência e todo tipo e abuso
A preocupação é levar a esses alunos momentos de descontração, interação, a aprendizagem com uma abordagem artística que previne a participação e interesse dos mesmos, pelo tema abordado “Arte Abstrata”. Não se pode diante desse trabalho assumir uma atitude meramente técnica, ignorando o inexorável curso dos acontecimentos, pois, privará alunos dessa referência, deixando-os perdidos entre o discurso teórico oficial e uma mentalidade técnica redutora e contraditória “Sem a valorização das categorias socialmente frágeis, as soluções serão sempre precárias. Mas é preciso que se tomem medidas para remediar o mal no plano imediato” (KUPSTAS, 1997 p. 56).
Nunca é demérito para um estagiário reconhecer, perante os aprendizes, que ele não é o detentor do saber universal. A velocidade com que os conhecimentos evoluem, tanto em quantidade como em qualidade, e a infinita riqueza de suas recombinações devem ser abrangidas. Intervir no sentido da melhoria da qualidade de vida e nas suas relações com as defesas de produzir artístico, que gere enquanto dure satisfação interação e aquisição de um pouco de conhecimento.
Tendo em conta esses pressupostos, pretendo desenvolver a criatividade levando o aluno, ao longo desse processo de crescimento intelectual, utilizar intencionalmente os elementos para o enriquecimento da expressão e da recepção de mensagens visuais, a fim de que os mesmos apreciem, e estabeleçam relações de causa e efeito, nas artes visuais.
O interessante é deixar que os mesmos após os apontamentos e orientações se sintam livres para produzir de forma livre e despretensiosa.

Metodologia
As ações serão desenvolvidas partir de :
- Abordagem informal sobre o que é arte abstrata;
- Constâncias visuais – utilização de cartazes com ilustrações de composições de artistas abstracionistas;
- Fundamentos filosóficos, históricos e estéticos que norteiam a atual concepção da arte abstrata;
- Padrões de atuações e orientações sobre como fazer as composições artísticas e entrega de material para concretizar a produção;
- Exposição das produções artísticas dos aprendizes que não dependem do talento ou do estilo próprio de cada um.

Previsão de recursos
Os recursos utilizados para essa proposta vão de xerox até o uso de materiais concretos, sendo todos de minha inteira responsabilidade da pesquisadora.

Materiais
Valor
Xerox 10,00
Tintas 15,00
Pincéis 4,00
Papel cartaz 5,00
Panos de saco 12,00
Lantejoulas 5,00
Total 51,00

Cronograma

Dias
Ano
Novembro
Dezembro
Apresentação da proposta para a coordenação do Condomínio Beija Flor
Apresentação informal dos conceitos de arte abstrata
Apresentação dos artistas
Início das primeiras oficinas com os alunos
Oficinas de produção com os alunos
Exposição dos trabalhos

Conclusão
Neste trabalho de projeto de intervenção artística pedagógica poder-se-ia ficas apenas no levantamento dos problemas na investigação das suas causas. Mas cabe a nós (UFG-Estagiária) assumir a responsabilidade ou parte dela, de oferecer oportunidades de acesso dos aprendizes ao conhecimento artístico do tema apresentado, deve-se reconhecer a condição do educando para que sua dignidade e emancipação esteja sob a responsabilidade de todos, mesmo que a contribuição seja mínima. O interessante é poder contribuir com o próximo de alguma forma.
É uma tentativa de alcançar através da arte momentos de descontração e aprendizagem, que servirá de elo, quem sabe para um futuro promissor no mundo das artes visuais.

Bibliografia
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectivas, 2006.
Foro Internacional sobre Intolerância. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
KUPSTAS, Marcia. Por dentro do debate. São Paulo: Moderna, 1997.
MORAES, Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. São Paulo: Vozes, 2003.

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